O estilo dele é bem característico, e
apesar de inspirar-se em autores regionais populares, Jénerson consegue atingir
a sua origiinalidade e passear pelo vocabulário regional em qualquer tema, essa
é uma das particularidades dele, poetizar seu regionalismo, trazendo o
que há de mais nordestino de forma sutil e leve. Como podemos ver nesse trecho do poema
“Manual de instruções”.
“Se eu conseguisse encontrar
Teu Manual de Instruções,
Tuas configurações
Iria modificar...
Iria conectar
Tua mão à minha mão[...]”
O uso do
pronome "teu", é uma das marcas afetivas que ele usa de modo que não
deixa o “nordestinês” tão explícito e ao mesmo tempo não foge à raiz.
Tem uma forma única de falar do ser humano e dos sentimentos. Em suas escritas
vê-se um amante da literatura regional realçando suas palavras de acordo com o
seu estilo. Nota-se também uma pessoa religiosa, pois há marcas como “cristãos”
e “Deus” exaltados em seus textos.
“Não quero fazer da vida
Um futuro do pretérito,
Mas, ao partir, quero o mérito
De uma vida bem vivida.
Quando tremerem meus braços
E eu não puder dar abraços
Na musa dos sonhos meus,
Não quero ficar sem paz,
Mas quero olhar para trás
E dizer “graças a D-us”.
Quanto às
características estilísticas, podemos ver o próprio regionalismo como uma
escolha para a estrutura estilística, a linguagem oscila entre rebuscada e
popular fazendo com que os leitores passeiem por duas formas de escrita no
mesmo texto. Os traços linguísticos são bem notórios e o cuidado com o social é
estampado na maioria dos seus versos, bem como o conhecimento e bom uso do
conhecimento jornalístico adquirido.
“[...] Lá em São Paulo quem for
Recorda o caso da Zara
Uma empresa escravocrata
Que a mídia não escancara
Pois onde sobra jabá
Falta vergonha na cara.
No Maranhão se depara
Gilson Freire de Santana,
(De Açailândia foi prefeito),
Criatura desumana,
Tinha quase vinte escravos
Na sua terra tirana.[...]”
(Gramárica dos Sonhos)
O uso de
termos ou ditados populares faz com que seja quase que obrigatório o uso da
linguagem popular, este é um fator que compõe a estilística de Jénerson Alves
tornando a leitura prazerosa.
“O boato é conversa de quem mente
ou quem tem uma mente sem ser sã,
dar ouvidos a ele é coisa vã
mas tem quem dê ouvidos totalmente.
Ao invés de fazer andar pra frente,
o boato só leva para trás.
Eu me lembro do que falam meus pais:
‘As palavras depois que são faladas,
mais parecem com flechas atiradas:
quando soltas, não há quem prenda mais’”
(Política e Boatos)
Textos, na íntegra,
disponíveis em: http://www.jenersonalves.blogspot.com.br/
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